Notícias

Prefeitura Municipal de Anchieta
Anchieta combate o caramujo africano
Com a ajuda da comunidade de Iriri, centenas de caramujos foram recolhidos. O caramujo africano pode transmitir uma série de doenças para o homem e não deve ser manuseado sem a utilização de luvas devido ao risco do contágio.
| Autor
[foto1][foto2][foto3][foto4][foto5]A Prefeitura Municipal de Anchieta e a Secretaria de Saúde promoveram na manhã desta quinta-feira, 15, uma ação conjunta no entorno da lagoa do Balneário de Iriri. A ação que envolveu toda a equipe de vigilância ambiental e zoonoses teve como foco uma coleta de caramujos africanos.
Com a ajuda da comunidade de Iriri, centenas de caramujos foram recolhidos. O caramujo africano pode transmitir uma série de doenças para o homem e não deve ser manuseado sem a utilização de luvas devido ao risco do contágio. É de suma importância alertar a população para a inviabilidade do consumo do animal. A espécie não é comestível.
O caramujo africano
O Caramujo africano (de nome científico Achatina Fulica); é um molusco da classe Gastrópoda, de concha cônica marrom ou mosqueada de tons claros. Nativo no leste-nordeste da África, foi introduzido no Brasil em 1988 visando o cultivo e comercialização do escargot.
Os adultos da espécie atingem até 18 cm de comprimento de concha e pesam até 500 g. No sudeste do Brasil, eles chegam no máximo a 10 cm de concha e 100 g de peso total. Os jovens possuem as mesmas características de concha dos adultos.
É uma espécie extremamente prolífica, ou seja, que se multiplica em grandes quantidades, alcançando a maturidade sexual aos 4 ou 5 meses. A fecundação é mútua, pois os indivíduos são hermafroditas e podem realizar até cinco posturas por ano, podendo atingir de 50 a 400 ovos por postura. É ativa no inverno, resistente ao frio hibernal e à seca. Normalmente passa o dia escondido e sai para se alimentar e reproduzir à noite, ou durante e logo após as chuvas. A tonalidade do corpo é cinza-escuro e as conchas possuem faixas de coloração variável, de castanho até levemente arroxeado. Os ovos são um pouco maiores que uma semente de mamão, e possuem coloração branco-leitosa ou amarelada.
Perigo!
Esse caracol pode transmitir ao ser humano o verme Angiostrongylus cantonensis causador de meningite, por ser o hospedeiro natural dele. Esse tipo de meningite ocorre principalmente na Ásia, porém, há notificação de casos na América do Sul. Apesar disso, são baixas as chances de essa doença se instalar no país.
Evite contato
Recomenda-se lavar as verduras em água corrente e depois deixar as mesmas em molho, bastando colocar apenas uma colher de sobremesa de água sanitária em um litro de água e deixar os alimentos em molho por durante 15 minutos.
O Caracol Africano também é responsável indireto pela potencial transmissão da Febre amarela e, potencialmente, da Dengue. Foi constatado inicialmente na Tanzânia que as conchas de Achatinas mortos podiam encher-se d'água e tornar-se um potencial ponto para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor dessas doenças.
Devido ao seu sucesso reprodutivo, ele tornou-se uma terrível praga agrícola, alimentando-se vorazmente de diversos vegetais de consumo humano, e por isso um parecer técnico 003/03 publicado pelo Ibama e pelo Ministério da Agricultura em 2003, que considera ilegal a criação de caracóis africanos no país, determina a erradicação da espécie e prevê a notificação dos produtores sobre a ilegalidade da atividade. Este parecer vem reforçar a Portaria 102/98 do Ibama, de 1998, que regulamenta os criadouros de fauna exótica para fins comerciais com o estabelecimento de modelos de criação e a exigência de registro dos criadouros junto ao Ibama.
O combate
Para combater o Achatina fulica, inicialmente é necessário identificar corretamente o caracol africano para que não haja qualquer confusão com as espécies nativas, posteriormente o exemplar deve ser pego com luva ou saco plástico para evitar o contato direto com ele, e deve ser colocado sal ou cloro sobre o mesmo; também pode-se esmagá-lo, e não se deve esquecer de destruir seus ovos no solo com uma vassoura de grama. Quando chove muito numa região infestada, é comum observarmos os caracóis subindo as paredes, sendo, então, uma boa oportunidade para destruí-los. É preciso observar o local que foi infestado por eles por pelo menos três meses para verificação das reinfestações.
O combate químico com o uso de pesticidas não é indicado, pois o produto pode contaminar o solo, a água e até o lençol freático, podendo, assim, levar a intoxicação dos animais e do ser humano, além disso, o molusco pode ser resistente a vários pesticidas.A melhor solução é a incineração - que pode ser realizada dentro de qualquer recipiente metálico - o que evita a postura dos ovos.
A criação do Achatina fulica no Brasil foi considerada "de risco". Adaptou-se muito bem às condições do país criando gerações sem controle em ambiente silvestre. Vários criadores soltaram espécimes na natureza, gerando uma situação de risco biológico por sua prolificidade.
Em caso de dúvida, a população deve procurar a vigilância ambiental, através do telefone: 3536 – 3797.