[foto1][foto2][foto3][foto4][foto5][foto6][foto7][foto9]A fé que leva a ultrapassar limites. Sentimentos por uma história que emociona as gerações que atravessa. O Brasil e o mundo reunidos na Terra do Beato que deu origem a um povo e deixou o legado de bondade, coragem e força. Esta é apenas uma pequena parte do que é capaz de traduzir um dos maiores eventos religiosos do povo brasileiro: a Caminhada Passos de Anchieta.

A caminhada que refaz o trajeto do Padre há séculos, quando chegou ao deslumbrante litoral sul capixaba, por quase duas décadas transforma não somente o cenário local, mas, o coração de quem dela participa;seja como peregrino , seja como espectador.

De acordo com a diretora de mobilização comunitária da Associação Brasileira dos Amigos dos Passos de Anchieta (Abapa);, Renata Genevieve, este ano,o evento realizou sua 16º edição coroada por uma multidão de aproximadamente  quatro mil pessoas. " Não é possível precisar o número de andarilhos pelo fato de que muitos se inscrevem de última hora e outros se juntam aos inscritos ao longo do caminho", informa Renata. Os andarilhos saíram da Catedral do Centro de Vitória na manhã do dia 30de Maio, quinta-feira.

Na concentração, muita alegria, disposição e homenagens emocionadas a pioneiros da caminhada.  Pessoas de todas as partes do Brasil e de outros países enfrentaram o sol da belíssima manhã da capital capixaba na companhia do Prefeito anchietense, Marquinhos Assad e sua equipe, destacando o Secretário de Turismo de Anchieta, Felício Bertolini, recepcionados pelo Governador do Espírito Santo, Renato Casagrande e vice, Givaldo Vieira; do Secretário de Turismo de Vitória, Paulo Renato Fonseca Junior e diretor de captação de recursos da Abapa,Lucas Izoton, que iniciaram a caminhada na Catedral até o Porto de Vitória.

Um dos pontos altos da concentração na Catedral foi o discurso de Marquinhos, que emocionado, pediu a todos que se unissem em prol da canonização do Beato José de Anchieta.

O trajeto

Da saída na Capital até a chegada à Igreja Matriz Nossa Senhora da Assunção, em Anchieta, os milhares de romeiros recebiam não apenas novos colegas de peregrinação a cada parada, mas, também todo o apoio logístico para que o percurso fosse cumprido em segurança. Cinco veículos pequenos e três caminhões acompanharam os andarilhos por todo o caminho.  Pontos estratégicos de apoio foram dispensados para amparar os participantes fornecendo água fresca, frutas, transporte, descanso e todo tipo de auxílio necessário. A Prefeitura de Anchieta forneceu toda a infra estrutura dentro dos limites do município, disponibilizando sua equipe de servidores, Guarda Civil Municipal e equipes de saúde. Também foram dispensados pela prefeitura um microônibus e dois carros para apoio. No total, a equipe de apoio contou com cem pessoas durante todo o percurso apoiando e auxiliando os caminhantes. Os visitantes elogiaram bastante a receptividade, organização e beleza do município. 

Equipes de segurança, ambulância e corpo de bombeiros estavam a postos por todo o trajeto para qualquer eventualidade. Por onde passavam, era possível observar a população das comunidades recebendo com carinho e admiração cada pessoa que se dispôs a percorrer o caminho do Beato em seus 100 km.

A Comunidade católica também participou. O pároco, Padre José Acrizio Vale Sales, que é devoto do Beato Anchieta,movimentou as Pastorais para que fosse possível a montagem das barracas de quitutes, frutas e água. Tudo  muito bem organizado pela equipe da Eftur. Os trabalhos da Igreja foram elogiados pelos andarilhos, principalmente pela missa após a chegada dos últimos participantes, que  acordo com a Abapa, durante alguns anos, deixou de ser celebrada.

Os andarilhos

Eles vieram de todo o Brasil e de várias partes do mundo. Alguns pela primeira vez, outros percorrem o caminho do beato desde a primeira caminhada. Homens e mulheres de todas as idades transmitindo uma imensa demonstração de fé e coragem ao percorrer a enorme trilha, por muitas vezes inóspita e sob o sol forte do litoral.

Em nome da fé, do amadurecimento espiritual e do trajeto de paisagens deslumbrantes, pessoas como o Sr. João Tadeu Villaschi percorrem sem reclamar os 100 km. De acordo com o capixaba, a caminhada é uma das datas mais aguardadas por ele todos os anos: “Todos os anos eu gravo minha participação no cajado. Terminei a caminhada de 2013 com muito orgulho e já ansioso pela de 2014. É um encontro comigo mesmo. É muita paz”, afirma João.

Caravanas de diversas partes do país, como a de Rio das Ostras, RJ e de Caçapava em São Paulo destacaram-se pela alegria e irreverência de seus participantes. Na turma de Rio das Ostras, havia até uma animada comissão de chegada, no topo da escadaria da Igreja Matriz de Anchieta. Tudo em nome da fé que produz alegria de viver.